Os auto-retratos quase monocromaticos da artista Kimiko Yoshida sao bem conhecidos e reconhecidos. Desde 2001 que o seu trabalho em monocromia tem incidido sobre fotografias quadradas, de grandes dimensoes, subtilmente iluminadas.


A artista, da qual se va uma figura no infinito a preto e branco, refora assim a sua ideia de auto-retrato como um processo de desaparecimento: totalmente condicionado pela experiancia de transformaçao, onde a sua arte desenvolve a postura altamente contemporanea de protesto contra a servidao voluntaria, os estereatipos de "gênero'', e o determinismo biologico da hereditariedade.

 

"A arte é um processo subtil de transposiçao, uma luta constante contra o estado das coisas. Estar­ onde eu penso que nao estou, desaparecer onde eu penso que estou, é isso o que importa."

 

A sua nova série de fotografias, com majestosos e indecifraveis retratos, sao concebidas tendo como ponto de partida imagens da historia da arte, e sao intituladas de Pintura. Auto-retrato. Esta transposiçao simbolica das obras-primas dos antigos mestres que se encontram arquivadas, impressas na tela, baseiam-se essencialmente sobre o desvio de acessorios e roupas de alta-costura.

Jean-Michel Ribettes.
Madeira, 2007.